quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Anda!



Ouve-se um ruído rouco que estoura pelos tímpanos e vigora bem intenso num olhar que ali mora.
Longe, bem no fundo... em uma glândula qualquer do infinito que supera o medo brusco que criei.

Ouve-se um gemido baixo, fino que perdeu-se ali dentro como um pássaro assustado que teme até cair.
Perto, tem aquele que persegue e se alimenta e te alimenta com teu corpo, alma... padecendo em oração.

Sente, quem procura sente um frio que entra e penetra fundo, firme e faz morada em seu coração.
Não pensa, porque se pensar murmura e quem murmura chora e e esses segredos são melhores se trancar.

Mas guarda, bem no fundo tudo aquilo que pertence à alma fria, gélida que de tão cheia parece esvaziar...

Não existe nada que procure pra tampar o furo que o tempo deixa, rasga e amarga numa lentidão que marca.
Mas existe a doçura de um sonho rubro, quente como um lábio que tem sede ou como um colo que acalenta nas noites frívolas do trancafiar.

Então canta porque assim ao menos perde aquele sopro que caiu na palma da minha mão.Canta, memoriza as rimas, cria a melodia... que a sinfonia a lembrança traz.


Carrega nos braços seus caminhos.Seja os teus pés.
E mesmo que sangre permaneça em pé, que a estrada ainda tem lugar.

...Só me resta caminhar!...

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