quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

É... tempo sempre passa, mas as coisas nem sempre mudam.


Pois é....
E hoje posso afirmar sem dúvida alguma que entendo o sentimento que se passa dentro daquele que desesperadamente quer expulsar de si todas as palavras marcadas de um tempo, em que só o vazio consome seu corpo.

Sim, meus caros... eu entendo.
Entendo certamente, também o que ele queria dizer quando me repreendeu por achar que falar de mim, o faria esquecer-se de seus tantos problemas. Ele sim é um sábio.

Não posso agir com modéstia, até porque essa não combina comigo. E devo salientar que a grande maioria da sabedoria que carrego e que luto para manter e diariamente formar e aumentar, ganhei dele. Sejam das palavras que ele sempre tentou me enfiar goela a baixo, das indiretas mornas que me mandava, ou até mesmo das sutilidades em que prendia-se entregando à mim, algumas dos aprendizados que teve.

É incrível como repetimos os nossos erros. Mas também é incrível a capacidade que temos de lembrar de cada um deles enquanto o ato é feito.
É foda...

Ultimamente tem me irritado cada vez que alguma pessoa tenta comparar-se a mim. Não existe isso. E depois que percebi quantas vezes devo ter irritado alguém com minha mania de achar que transtornos precisam de reciprocidade... Não precisam e nunca precisarão.

Alias, eu fui tola em todos os momentos em que cheguei a acreditar na mesma, a partir do momento em que não se tratava mais de intensidades à jogo.
Mas enfim, não podemos negar que agimos com tolices a maior parte do tempo. Essa palavra pode até ser um sinônimo de humano.

Hoje percebo também que talvez ser normal seja melhor, porque por mais insípido que pareça ser na minha mente, certamente é mais fácil.  E eu estou em um momento em que a única coisa que eu queria eram as facilidades...
Não sei.... já não sei  mais o que dizer....

Queria sumir. Passar novamente um longo período sozinha, longe de tudo e todos que me fazem criar toda essa destruição à mim mesma. Ainda bem que o tempo passou e ao menos me fez afastar de todos aqueles refúgios idiotas que eu havia acreditado que fazia as dores parecerem menores, parecerem mais sutis.

Bem, os prazeres ultimamente são pequenos, efêmeros como talvez nunca antes tenham sido.
Eu falo sozinha a maior parte do tempo. Eu brigo e discuto interminavelmente comigo mesma. Eu em algumas vezes deixo que os pensamentos finalizadores me consumam e isso nem me maltrata mais.
Chega a me fazer sorrir...

As promessas ainda existem e esse é o problema. Eu só quebro aquilo que não prometi olho a olho.
Ainda não tenho a capacidade de ser filha da puta a ponto de esquecer o momento em que juntei dois olhares e fiz uma promessa.
Cada dia estou pior, mas esse nível ainda não consegui alcançar...
Foda-se...

Mas o problema é que egoísmo não me desce. Não consigo suportar aqueles que fingem importar-se mas que visivelmente estão apenas à procura de um espaço para acalentarem-se. Achando por algum motivo que eu deva ser acolhedora. Bem, eu deixo avisado: não sou.

E se antigamente o que me importava era o compartilhamento de companhias, hoje nem isso. Não vou me alimentar de metades, de restos, de substituições. Não vou me enriquecer de desgraças, de caos e de inverdades alheias. Não quero me engrandecer de julgamentos, de esquecimentos e muito de menos das vontades dos outros.
To cansada de mim, então imaginem o tanto que quero me encher de outros. ( e para aqueles que não entendem, deixo claro:  foi ironia. )

Não tenho prazer no prazer dos outros. Não sinto dor no pesar destes. Não sinto saudade, não choro suas lágrimas e muito menos me deixo rir os seus risos.
Minha intensidade é outra e sempre estará ou trancada ou transbordando. Não existe nesse caso um meio termo.

E mesmo olhando nos meus olhos, lhes asseguro que será extremamente difícil tentar adivinhar o que se passa em minha mente.
E é bem aí que a grande maioria se engana comigo. Meu olhar é sempre quente.


Para mim o ruim não é refúgio, pelo contrário. O meu refúgio está naquilo que me dá a certeza de conseguir aquilo que eu quero pra mim. Eu não encho a minha cara pra esquecer de tudo, eu não fumo meu cigarro porque fazê-lo me deixa distante.  O que me serve de válvula de escape é simplesmente correr atrás daquele que meu futuro esconde.  Buscar aquilo que me levará aonde eu quero chegar.

Conversar sobre o passado e contar o que eu já vivi, nunca amenizará a dor que me segue e muito menos solucionará o vazio que me consome.
E o mais importante: ouvir o passado dos outros não me fará sentir melhor por mim, nem me fará sentir pena ou piedade do passado que os compôs.  Apenas me fará ter mais conhecimento sobre eles e entender o porque de serem quem são.

Aprendemos o que queremos aprender sempre. Eu não  tenho necessidade de formar verdades pra mim. Nunca consegui me enganar. Aquele fragmento bruto, sempre ficava trancado na minha garganta e mais cedo ou mais tarde eu o retalhava em qualquer canto, pra qualquer pessoa.
Se fosse fácil como as pessoas fingem ser, eu poderia acordar num dia comum e brincar de ser normal. Bem, na minha mente isso deve machucar. Brincar de ser o que não somos...
Crianças o fazem bem, uma vez que são desprovidos dessa racionalidade e por muitas vezes dessa consciência maldita que nos prende o tempo todo.

(...)

Well, texto de 22/05/12...
Tenho ainda 78 rascunhos e não acho nenhum deles apropriado, bom ou ruim o suficiente para ser postado. Sei lá, tenho que simplesmente gostar ou detestar, achar que tá na metade, me irrita.
Enfim, nada aqui dentro mudou, por fora só a falta de cigarro, ( há dois meses, devo citar) leiam... julguem e é isso.

2 comentários:

  1. Excelente Blog!! Gostei muito dos seus textos.. Obrigado por compartilhar sua arte com o mundo!!

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  2. Ah, agradeço. De verdade. Visite quando quiser, estou voltando pra cá rs.

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