sexta-feira, 27 de abril de 2012

Intensidade... de tudo, de todos, em tudo.



(...) "Sometimes love is not enough..."

Essa frase de uma música inteira foi a que mais me chamou atenção. Mesmo parecendo simples, mesmo parecendo até mesmo clichê.
Foi esta, a frase que me puxou na memória diversas vezes em que o amor não foi o bastante...

Não tem na grande maioria das vezes um motivo e foi a partir daí que eu tirei uma das melhores conclusões da minha vida...
Nem tudo precisa de motivos para ser real, para ser sentido, para ser intenso, para ser verdade.

São as coisas mais simples e fáceis que abrem a minha mente para aquilo que sempre quis descobrir.
O som que me entra aos ouvidos é tão agradável quanto aquele beijo quente que me recordo. Não se trata do físico e sim da sensação que fica das coisas pequenas e  naturais.

Sim, fiz da música minha companhia mais intensa. Tornei as palavras minhas amantes e a melodia apaixonou-me tão fácil que me recordei até mesmo da primeira vez que senti paixão.

Sim...
Porque eu não consigo mais apegar-me à nada e à ninguém. Mas as músicas sempre dão sentido aos meus dias, sempre estão presentes, compondo cada sentimento fino e comum, preenchendo-os daquele calor que tanto faz falta nos meus dias.
E eu me alimento da força das palavras cantadas, posso até sentir dentro de mim, o que a canção diz.

É incrível, definitivamente incrível.

As lembranças sempre estarão dentro de mim, sempre me farão sentir de novo, a essência que permaneceu daquilo que um dia já foi mais forte do que eu, maior do que eu e mais do que qualquer outra coisa que dei importância.
E contrapondo-se ao que imaginei que aconteceria, o que sinto é a calma de saber que acabou, misturada com a sensação plena do carinho que ficou.

Música...
a unica existência capaz de me apaixonar, de me emocionar, de me enlouquecer, entristecer e alegrar.

O resto é somente aquele reflexo que ficou carnalmente.
Mas a música retorna à mim tudo aquilo que sinto falta. Todo aquele sentimento caloroso e terno que não tenho nos meus dias, todo o sentimento que é frio e congelado nos meus dias.

Hoje, defini meu maior amor, minha maior amante, minha maior paixão.
Pois bem, e aqui está a guria que se deixa apaixonar por palavras, por aromas, por melodias e por lembranças, pelo melhor das lembranças.

A sensação que fica é de descoberta. Cada dia descobrindo coisas como essa, materializadas na minha loucura pessoal, personificadas na personalidade que me forma.

Não sou normal mesmo. Agora mais do que nunca possuo essa certeza e eu adoro isso.

Eu não quero nada do que todos pedem...
Não quero companhia pro resto da vida, não quero palavras recheadas de sentimentos mal formados, não preciso de alguém dizendo que cativa amor por mim, pra saber que tenho felicidade escondida dentro desse corpo. Não preciso de nada disso. Não sou feita de nada disso.

Sou feita de sentimentos próprios, de pensamentos próprios e de vontades próprias.
Não é amor que eu quero. Eu só quero a intensidade. : 3
... de tudo.

Somente pensamentos soltos...
Nada mais a declarar.


Inoue Yu  =*

http://www.youtube.com/watch?v=Bag1gUxuU0g&feature=related

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Transtornos



Naquele ar, pairava o aroma fétido da podridão que reina tudo isso a que pertencemos.
Não podia enxergar nada além de restos, mas ainda assim, ela permanecia boquiaberta como se todas as soluções pros seus dilemas estivessem guardadas, deixadas no oculto permanentemente silencioso.

Sorria, encarando o nada como se encontrasse toda a preciosidade naquela infinidade tão vazia. E amargamente, relutava para fazer-se plena e não permitir-se submergir em lembranças.
Não existia nada como aquele momento em que dava todo o tempo existente, para um paralelo que nem ela mesma havia descoberto.
Mas não se importava nem mesmo com o que ela pensava. Ela só fazia, ela só dizia e ela só pensava.

Sentia-se como uma camada vazia boiando, sobre todo aquele resto. Não se via inferior  e nem podia cogitar essa hipótese. Vivia em seu próprio mundo, cheio de palavras soltas voando docemente com o vento, cheio de coisas que só ela possuía, que só ela enxergava, que só ela sentia.

Não sentia mais em ninguém o desejo de compartilhar...
e assim lembrava-se de Nietzsche:" Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas... Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca oferecer-me verdadeiramente, companhia"

Sim, esta frase se aplicava perfeitamente aos seus pensamentos e sentimentos mais atuais. Ela sim, sabia o que era sorrir, somente para confortar alguém. O que era ajudar, quando queria ajoelhar-se e mendigar por uma ajuda....
Ela sim, sabia o que era guardar para sim toda a amargura que alguém pode ter em vida.

Mas nada dizia. Olhava para a camada tempórea que conseguisse enxergar e ainda assim sorria, olhando a fumaça branca do seu cigarro, mesclar-se com o negro da noite.

Transtornada dentro daquilo que a compõe, faz de cada dia uma vida nova. Cria personagens para apagar sutilmente o seu, que permanece solto, ignorada por ela mesma.

Não mais se importa com os valores céticos, com os valores morais, e nem mesmo com os éticos. Quer viver, quer sentir a intensidade que for capaz de sentir. Não apega-se a mais nada.

E assim permanece ela.
Sempre, falando de si mesma na terceira pessoa....
Sempre aleatoriamente criando seu mundo, montando seus passos, sonhando e acordando.
fazendo de si própria uma das palavras que voa pelo ar.





segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre valorização e diversos outros fatores


A sensação que fica é que nada mais tem valor.
Bem, nada além da lua, das árvores, do vento gélido acariciando sutilmente o rosto, do aroma do café e de todas as outras coisas simples que ninguém ou quase ninguém valoriza.

Todo o resto que tem vínculo com o ser humano perdeu o valor. Pelo menos pra mim. Pelo menos por hora.


Existe um limite que redobra todas as linhas do consciente com o inconsciente, que mistura todos os espaços do doce e do amargo, que sintetiza todos os calores e está somente para cindir e unir dentre a diversidade  e  a polaridades.

Pensava eu...
Enquanto aquele vento ríspido, parecia  penetrar por entre o tecido fino e macio de meu vestido. Enquanto também um som, sussurrava-se terno, por entre meus ouvidos. E eu podia até sentir  a intensidade e o calor mesclado com o frio dos lábios tocando-me de modo sutil os ouvidos.

Não havia ninguém comigo. Este é o ponto que quero atingir com a forma mais certa que conseguir passar. Eu permanecia sozinha, encarando aquela lua cor de cobre, que parecia me sorrir em certos momentos.
Não me sentia sozinha e ainda assim, possuía uma certeza plena de que que estava. Pois bem, até dentro da insanidade não perco a racionalidade.
E esta, é a vantagem de não possuir alguém para compor e viver dentro do seu mundo interior, não idealizar um nome, ou relembrar de um rosto ao pensar no tão complexo amor, não derramar lágrimas ao pensar em ilusão...
enfim, não ter ninguém para ocupar seus pensamentos.

E planava em pensamentos, adentrando um mundo completamente louco e completo de sensibilidades que não existem nesse mundo a que todos estamos.
Era um mundo que criei. Ou talvez o mundo que me criou.
Não sei, e nem me importo qual destas é a verdade para minha existência ínfima neste.

O que realmente me encanta, são todos os paradoxos que me perseguem dentro deste que só eu possuo. Talvez seja este, que me entrega tantas doses fortes de loucura.
E quer saber, cada dia que passa tenho precisado de doses mais fortes, companhia mais astutas e particulares, silêncios mais duráveis e palavras mais contidas.
Isto para mim e somente para mim.


Então eu pude também visualizar a contemplação inerte dos monumentos bizarros e formados que no íntimo que me compõe, são vivos e verdadeiros como qualquer outra coisa que já foi montada e transportada à essa realidade tão rude.

Talvez eu sentisse dor. Talvez sentisse prazer.
Não sei ao certo responder o que sentia naquele momento. E ainda não descobri se gosto ou não destas vozes que me dizem bem ao ouvido coisas que por mim, nunca conseguiria concluir e fundamentar por laços findados ou fixados para a existência que me ronda.

Mas aprecio e escuto atentamente cada sílaba dita, vagarosamente, deglutindo cada palavra e absorvendo cada frase. Talvez nenhuma delas tenha valor ou signifique algo, mas ainda assim penso que  se recebi, algum valor deve possuir, seja ele correto ou não.

Depois de certo tempo, adormeci. Concluí diversos sonhos, todos estranhos e cheios de obscuridade e pessoas que nunca antes vi, sussurrando palavras em uma língua que jamais escutei.
E no meio desta madrugada, senti que caía  e neste mesmo instante num repulso incrível de tão forte, assustei-me com o que ví.

Bem, este pedaço não colocarei aqui.

São somente os retalhos de uma mente que se deixa submergir na loucura.
Pois bem, como eu mesma disse : Sabedoria traz consigo sempre, um pouco de loucura. E por hora não irei abster-me de nenhum destes.
Irei me embriagar de ambos, me drogar de ambos...
E  só me permito parar quando a overdose chegar.

Talvez eu devesse ter mais medo e me limitar em  algumas rupturas que entro. Talvez devesse procurar menos.
Mas esse é um tempo de descobertas, e aqui estou eu.

Mergulhada na mais profunda insanidade.

A realidade não me cativa. Não me encanto ou me surpreendo com essas valorizações atuais. Talvez por isso cada dia que se passa eu sorrio menos, eu brinco menos, eu converso menos.
Já não dou mais valor as superficialidades humanas. E estas destroem pouco a pouco qualquer corpo e mente que perdura agrupadamente na latente suja e podre que ronda a todos nós.
Eu decidi fugir de tudo isso. E aquela sensação de afastamento por não pertencer a nada disso, fez de mim isso que hoje sou.
Sem arrependimentos que talvez devesse ter. Sem medos que talvez devesse carregar. Sem certezas que talvez devesse possuir.

A cada dia vou valorizando as coisas que são deixadas largadas ao chão. Os 'restos' que sobram. O que é visto como lixo e que para mim tem uma preciosidade imensa.
E sabe o que é mais incrível disso tudo?
Nada, absolutamente nenhuma dessas coisas me possuem. Não sou dona de nada. Não me aproprio de nada e nem ao menos almejo essa possibilidade.
Eu apenas faço uso, pelo tempo que julgo necessário. Depois posso descartar e penso que outras pessoas (se é que essas existem) podem mais tarde tomá-las para si.

Sim... neste mundo que emana um aroma tão podre. Perco-me e encontro-me nas dualidades e trívios em que despenco. Enchendo-me enquanto vou abstendo-me de matérias que vão surgindo, das manhas às noites.

Sempre....
Nunca...

Quem sabe?

E permaneço aqui, encantando-me com todas as extremidades, conhecendo todos os lados e caminhando por cada um destes.
Perco-me em pequenos fragmentos sólidos por entre esses que vos disse. E não procuro recompor-me na grande maioria das vezes.

Qual caminho percorrer?
Eu vou caminhando lentamente, por entre as dualidades até decidir o que segurar e o que largar.

Porque sou feita de dualidades. Outrora de trívios. Eu me crio e me destruo. Me faço e me refaço.
Hora fria, Hora quente. Hora hostil, hora terna. Hora adocicada, hora de presença amarga. Hora sutil, hora sensata. Hora louca, hora inerte. Hora bizarra e hora normal, dentro das minhas anormalidades.

E pode parecer confuso ou sem sentido... mas  é isso, somente isso.


: 3 Inoue Yu










quarta-feira, 11 de abril de 2012

Palavras confusas, loucas, sem regras .


Pois é... e aqui estou eu, manifestando em palavras os sentimentos e sensações que vivem dentro de mim, que perturbam-me e criam-me. Que seria de mim, sem eles??
Eu vos digo: Nada.
Mas bem, aqui apresentarei alguns pensamentos soltos. Nada além disso.:

 As pessoas tem a maldita mania de complicar tudo. Colocar barreiras, implantar mentiras, selecionar tudo, misturar tudo, separar tudo.

Maldita e imutável mania de modificar.

Talvez seja o fato de não aceitarem as coisas como tem, que faça com que sejam tão infelizes.

Bem, que seja. Não é sobre isso que quero escrever.


.. Estava pensando. Este local à qual vos escrevo, é o modo que os deixa mais próximos de mim. Aqui, ser ler devidamente como imaginar que eu diria, será como estar ao meu lado. Pois escrevo exatamente como falo.

Mas bem, novamente que seja, não é sobre isso também que irei escrever.


Falemos de atos, de gestou... por fim, de cada coisa simples que é deixada passar, que é deixada morrer, que é deixada para trás, como  a folha simples que despenca seca, em qualquer árvore no outono. E esta, outrora é pisada por qualquer pessoa que por lá anda.

Entende, o que a metáfora brega e clichê, quer dizer?
Tanta coisa incrível desvalorizada. Entristece de ver...

Mas também não falarei disso.

Penso que  deveríamos' ficar atentos as coisas que os dias entregam.
Olhar o céu noturno, observar a estrela nova que aparece. É agradável ver que surgiu uma nova,

Sentir o aroma de cada coisa, de cada pessoa. Sentir inteiramente a sensação que cada coisa, que cada toque, que cada palavra, que cada som, que cada sopro, que cada existência possa te entregar.

Não importa  como pense, como seja, o que queira. O que importa somente é apriveitar cada coisa que existe.
Desde o mais forte dos sabores até mesmo ao insípido
Desde o mais intenso orgasmo ao mais leve toque.
Desde o mais forte aroma, até mesmo ao inodoro.
Desde a mais forte das luzes, até mesmo ao escuro.
Desde a mais alta voz, até o mais sutil sussurro.
Desde o mais esperado, até o mais displicente.

Enfim, não importa, a intensidade, desde que a tenha, desde que a sinta desde que a perceba.
Tudo, exatamente tudo, possui sua intensidade única própria. Porque abster-se disso?

Quer coisa mais banalizada do que o sexo, nos tempos atuais? (só o amor, mas não colocarei este no topo hoje)

Se cada palavra, toque, gesto, sabor, aroma, sentido...
se cada pedaço fosse inteiramente usado em sua intensidade tempórea para ceder e receber, seria tudo mais forte.
Talvez a pressa, seja também a causa do problema.


Pois bem, descobrindo aos poucos, com pensamentos soltos, mais algumas teorias. Isso aqui nada mais é do que pensamentos desconexos e sem sentido. Mas que fazem parte de mim. São pensamentos simples, e por isso mesmo faço questão de colocá-los aqui, por possuem a mesma importância dos complexos.

Nunca, se poderá entender por completo as coisas que moldam-se em dúvidas, mas pessoas como eu, sempre buscarão por mais.

Bem, sou uma amante da  sabedoria.  Não poderia abandonar tais pensamentos.
E embora sinta-me louca na grande maioria das vezes, essa loucura é o melhor dos passatempos, a melhor das companhias, a melhor das armas, o melhor dos objetos, a melhor das características que compõem-me.

Seja como for, serei sempre esse símbolo assumido da inconstância, da teimosia, da modéstia por alguns momentos.
Estarei sempre buscando por mais, por que saber me enebria, me vicia, me embriaga e felicita.

Nada mais me completa do que concluir um pensamento inacabado.
Já não tenho muito à sentir. Mas sou completa, absolutamente completa de pensamentos.
Alguns soltos, como esses que lhes apresento. Outros completos, complexos, formados.

Mas cada um unido com cada célula da minha loucura, como cada pedaço da minha insanidade, com cada detalhe do meu individualismo, com cada soltura do meu influencialismo, com cada gota da minha verdade, como cada modelo do meu estilo estranho de enxergar as coisas..
Com o amargo e com o doce.  Com o realismo e o pessimismo.

Enfim, com tudo que me forma. Seja como encarem.

Meus pensamentos são o que me formam. Mais do que qualquer outra coisa.
Estes não estão visíveis a toda e qualquer pessoa, mas está aberto à quem me cativar.

Pois é... aqui estou eu, ser tão complexo e tão fácil.
Extremidades completando-se, unindo-se separando-se.

Nada mais que isso.

Aquela que pensa mil coisas ao mesmo tempo. Começa com uma coisa, termina com outra totalmente diferente.

Seja bem vindo aos meus pedaços.
Devolva-me  se julgar necessário, ou pegue-os para ti....
Para mim, isso pouco importa. O que te forma, nunca perde-se de ti. Está preso, marcado, faz parte de você e sempre, estará presente em tudo o que é esse ser pequeno e tão grande.

Bem, chega de vinho, chega de escrever. Chega de consciência.

Nada mais a declarar...
são somente fragmentos, palavras que de tão importantes, perdem-se dentro de várias outras inimportâncias.
É  isso... nada sobrando, nada faltando..


:3  Inoue Yu




domingo, 1 de abril de 2012

Palavras Alheias mescladas com as minhas




Não sei amar pela metade, nunca soube. Aliás, não se trata só de amor, mas de qualquer tipo de sentimento.Não sinto nada mais ou menos. Não sei sentir em doses  homeopáticas.


Assim bem desse jeito, cheia de amor e exageros. 
Preciso e gosto da intensidade, e se não for assim, prefiro que não seja.


Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero. 


Tenho felicidade o bastante pra fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz em seus momentos necessários.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o 
melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.Sabem retirar a essências real das coisas e decidem entre a frieza e o calor, o doce e o amargo, conforme acha correto fazer.

Eu gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes... tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.Você pode até me empurrar de um precipício, não me importo com isso...
...Eu adoro voar!


Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. 
Não me mostrem o que esperam de mim, porque eu vou agir conforme eu achar correto. Não tentem me fazer ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não tenho sentimentos cortados ao meio. Não sei viver de mentira. Não se voar de pés no chão. Sou eu e nada mais, mas com a certeza de que não serei eu mesma pra sempre.



Contradição... Contraste... 
Calor de palavras dentro do corpo mais frio.



~ Ta aí, palavras que definem perfeitamente essa guria que vos fala.
Nada mais a declarar~

Apenas fragmentos e lembranças




A visão que pairava sob meus olhos não passava de algumas  lembranças. Ainda as sentia quentes, como o pescoço, em que eu toquei meus lábios por uma única vez.
E ainda podia sentir o aroma adocicado da cereja em torno do meu corpo e adentrando minhas narinas numa seção de nostalgia, louca insana e cortante ao mesmo tempo.

Podia sentir os cabelos tocando-me de modo sutil no rosto e ouvir o tom levemente grave da voz, bem de perto dos ouvidos.
Era contraditório... era bom sentir aquilo, porque tudo parecia ser real, mas era terrível perceber que não era e que  não mais seria.

O passado carrega os momentos que sumiram, e dentro de mim, permanecem acesos, quentes e vivos. Como se fosse impossível matá-los.

Não existem mais sentimentos como aqueles que me recordo. Pelo menos não em mim. E se tem uma coisa que me entristece todos os dias é não sentir mais prazer nas coisas, não enxergar a beleza real (interna) das pessoas e muito menos  a minha.

Se tem uma coisa que aprendi com ela, foi a olhar e ver mais do que aquilo mostrava. Ver o quanto uma simples árvore sem folhas, pode carregar a beleza mais delicada. Como um céu noturno pode ser acolhedor, como o aroma do café pode ser agradável, como cada coisa simples, que ninguém nota, pode carregar a beleza mais incrível e fazer com que viver tenha sentido, com que acordar todos os dias pode te fazer se sentir feliz e como andar sem rumo em um dia em que o vento gélido, acaricia-lhe o rosto, pode entregar-lhe a sensação mais incrível que já pudera sentir.

Não consigo e nem quero esquecer o brilho e o vazio que tinha pra contrastar no fundo daquele olho negro. Nem mesmo a curvatura dos lábios rubros, ou o cerrar dos pequenos olhos em um simples sorriso.
Menos ainda a delicadeza dos gestos ao falar e o inebriante aroma de cereja que todos os dias eu me recordo.

Não poderia eu, mentir pra mim mesma e achar que esquecer é fácil. Poucos tiveram e poucos terão o prazer de vivenciar o que é esse amor tão complexo.
Lindo e Terrível...
Doce e Amargo...
Quente e Frio...
Perto e Distante...
pouco importa.... mas serão poucos os que terão o prazer ou desprazer de conhecer tal sentimento.
E talvez seja tantos contrastes que faça dele tão difícil de ser aceito ou de ser permitido viver.


Só quem já pode senti-lo verdadeiramente, hoje entristece-se por vê-lo ser banalizado, por vê-lo sendo usado como qualquer outro sentimento ou confundido com uma mera atração ou paixão.

Esse amor, que lhes falo... é aquele que te mata e ao mesmo tempo te mostra como viver.  É aquele que te corta e ao mesmo tempo te cura feridas, é aquele que faz sentir a pessoas mais feliz do mundo e ao mesmo tempo a mais idiota, é aquele que te faz sentir completo e também vazio, é aquele que aparece mas também some, é aquele verdadeiro, mas que também apaga-se com o vento, some com o tempo, morre sem explicações.

A reciprocidade existe, somente neste. E de certo modo posso sentir-me feliz por tê-lo sentido um dia. Verdadeiro e belo como é em sua essência, porque não existe e NUNCA existirá sentimento á ser comparado com um, que te faz aceitar tudo o que você detesta, perdoar, tudo o que critica e dizer o que seu corpo reluta em dizer. É o único que te faz sumir do mundo, somente com toque dos lábios e que te arranca tudo, conforme uma lágrima escorre-lhe pelos olhos.

Não existe nada que posso ser comparado com um sentimento como esse. E por mais que doa, mesmo que os corpos se separem, as lembranças, as memórias os sentimentos em essência permanecerão sempre vivos dentro de ti, te lembrando das sensações, te fazendo sentir-se um inútil por ter deixado acabar.

Mas é assim que as coisas são.
Sinto-me bem, dentro de todas as tristezas enfim, por pelo menos tê-lo contido dentro de mim, forte a ponto de não poder pensar em nada ou ninguém parecido.

E a palavra em si, faz-lhe lembrar de um nome, de um olhar, de um aroma, de um sabor, de uma temperatura. da sensação mais acolhedora e da mais aterradora.

Do momento de seu nascimento até o de sua morte. Da sensação de lembrar da pessoas mais incrível que já pode conhecer e de lembrar-se dos momentos compartilhados.

Complexidade, espontaneidade, particularidades  em gestos, em pensamentos, em olhares.
Coisas simples e que fazem da pessoa a mais linda já vista, a mais incrível já vista e a mais perfeita já vista.

A vontade permanece também, conforme as lembranças tocam-me.


Sinto, entristeço-me, destruo-me e recomponho-me  dia a dia.
E  é isso que faz dele eterno....
Mesmo quando acabou, permanece vivo nas lembranças de ambos quentes como se tivessem acabado de acontecer ou distantes como se tivessem passado anos.

É essa a complexidade que o torna tão maravilhoso... ele te corta mas te vicia.
Ele acaba, mas não te abandona.


Sentimento que vive dentro das pessoas mais loucas, dentro das pessoas mais insanas.
Sentimento que não me permite esquecê-la.
Sentimento louco, insano, e delicioso de se sentir.


Amor, e todo o resto que este causa nos corpos e mentes.
Aquele que compõe-se dos fragmentos mais simples: melodia voz, aroma, sabor...
Preso na memória, marcado em lembranças...
Eterno e intenso...


~~ Lembranças e nada mais.