quarta-feira, 6 de junho de 2012

A completude somos nós que criamos:


(...)Pensava na existência de completar-se em seu interior...

Será que é possível a existência de um sentimento voltado á si mesmo? Criado para si mesmo? Formado pra fazer de si, uma espécie de artifício para deixar e cobrar do mundo as ideologias tantas que talvez façam falta?
E eu digo que SIM  para qualquer uma dessas questões.

O que faz o ser humano completo é simplesmente o que ele faz de si mesmo. O que ele quer de si mesmo, o que pede de si mesmo e principalmente o que quer de si mesmo.
Falemos novamente da questão constante: OBJETIVO.

Alguma vez antes pensou em algum para si? Não existe certo ou errado. Existem ilusões mas não há o que se preocupar com estas, porque objetivos ilusórios, mais cedo ou mais tarde despencam, dissipam, são esquecidos e por fim, morrem.
Alguns tem como objetivo o crescimento financeiro, outros a busca por um amor verdadeiro, alguns porém querem da vida simplesmente a independência, outros a companhia. Enfim.. pouco importa qual seja seu objetivo. O que importa é ter um. É conhecê-lo, é empenhar-se a cumpri-lo, porque isso, meus caros... não é um parque de diversões. A vida não é exemplificada somente pela questão obvia de que fomos 'concedidos após o sexo e aqui estamos sem causa de ser e  de estar.

Não acredito em causas vazias, nem mesmo quando o vazio me consumia/consome. O vazio sempre possui dentro de si algo a ser descoberto;

Agora voltemos ao pensamento inicial:
- O que te faz?
- O que te faz completo?
- O que você sente?
- O que realmente são os seus sentimentos e qual a importância que você aplica a ele?

Perguntas corriqueiras, comuns, diárias e sem nenhuma reflexão envolvida. Mas eu busco a reflexão sempre e aqui a instalo da seguinte forma:
O empirismo sempre me parecerá mais "atraente". Então devo dizer que não acredito nos pensamentos e na origem dos sentimentos humanos gerados por outro. Pode até ser alimentado, mas não gerado. E é esse o ponto que quero salientar.

Nós criamos as nossas paranoias. Nós formamos a nossa loucura diária. Nós fazemos de nós o que somos e basta que queiramos para modificar atos, imagens, pensamentos, teorias, formações ideológicas e até mesmo o estilo de vida.

Tudo o que temos e somos, separando-se inevitavelmente as experiências e criações mentais, de tudo aquilo que nos foi passado hierarquicamente e educacionalmente, por pais, ou seja lá quem nos educou e implantou exemplarmente.
As citadas experiências e criações mentais, são resultado do silêncio, das observações, das reflexões, das leituras, da busca por conhecimento e em casos mais raros do simples ato de fazer de uma observação, uma teoria que mais tarde, será colocada em prática num estilo particular.

Existem ainda as mentes geniais. E isso é o que faz ainda sobrar um suspiro aliviado misturado com o descontentamento em pensar no total inverso dessa raridade.
A insanidade de uma mente "estranha" sempre gera as reflexões mais lúdicas e ao mesmo tempo, consequentemente as mais incríveis, espontâneas e cheias da particularidade do seu criador.

São compostos de uma mente inquieta, curiosa e diferente das demais. É uma mente que não se deixa contentar com as ideias prontas e falhas que a sociedade implica. Não se deixa engolir ameaçar e nem opiniões baratas. Não se deixa aceitar um estilo alienado e manipulado. Uma mente encarada como desprovida de bom senso.
Rebelde algumas vezes, Violenta em outras. Amarga na grande maioria de suas concepções, considerando o fato de que essas mentes enxergam tudo em seu interior, em sua completude oculta.

O fato é que, tudo o que nos forma nos é dado como uma amostra grátis aos interessados em compartilhar.No que estamos predispostos a entregar e dividir.

Ninguém faz a felicidade do outro. Ninguém faz a tristeza ou gera as lágrimas do outro.
É a  nossa visão da realidade que nos mostra como agir e pensar e a partir daí, criamos nossas reações e doxas. E estas são mais partes fragmentados do interior próprio.

Quero deixar claro e explícito: Você não é o que você come. Você é o que você cria. Você é o que você pensa, é o que você forma, é o que você aplica diariamente como conhecimentos práticos.

Somos o que nos deixamos ser. Sentimos o que nos deixamos sentir. Porque essa ideia de que é incontrolável é desculpa de mentes frágeis.
Não precisa mentir e aplicar essa estória fraca de que não conseguiu controlar os próprios sentidos, os próprios sentimentos. Se você sentiu, é porque uma hora ou outra (mesmo que não assuma isso), achou a ideia plausível a deixou-se sentir.
Não existe definitivamente um sentimento que apareça do nada sem que você saiba que sente. Você deixou-se criar ou deixou alguém alimentá-lo e isso ser inconsciente também é outra mentira que criam para si mesmo.
Então não se esqueçam mais uma vez: se você é o que você cria e pensa, é melhor não mentir para si mesmo.

Temos uma imensidade incrível dentro de nos mesmos. Temos capacidades assustadoras de criar hipóteses, de formar teorias, imaginar ideologias, fragmentar o passado e complementar uma ideia do que queremos do futuro.
Não nos deixemos cair nessas ideias baratas que simplesmente fazem de nós seres vazios, por simplesmente ignorar a nossa capacidade de pesquisar a fundo e da origem, descobrir também o porque daquilo estar inserido em si.

Não se trata de nada mais do que escolhas.
Não se trata de nada mais do que uma auto- análise.
Não se trata de nada mais do que o auto-conhecimento pleno.
E principalmente da desfragmentação das mentiras que você mesmo cria para a sua vida e aplica nos seus dias.

Não existe essa necessidade de ser passivo. Nem consigo mesmo. Deve lutar e relutar contra aquilo que te gera dúvidas até atingir a certeza do que acha e do que quer. Para por fim se abster de tudo aquilo que se deixou aceitar em momentos de inconsciência.

Tudo isso parte da ideia do objetivo próprio.

Eu sou o que eu penso.
Assim mesmo, confusa, louca, estranha e transbordante em inconstâncias submergindo entre certezas aceitas e dúvidas em processo de solução.

Sendo niilista de tudo, pois possuo a infinidade necessária para criar-me e refazer-me da maneira que realmente julgo correta.


Não me regro e nem me barro as particularidades. Aprecio-as como mais ninguém o faz.
Talvez seja por isso que aprendi a ser uma boa companhia para mim mesma. Aprendi a ser amante dos meus pensamentos.

Não se trata e nunca vai se tratar do ser humano como um todo. Não sou adepta da alienação como devem saber. Sou a favor e vivo a valorização do ser humano originalmente como um ser isolado.
Mentes iguais não trabalham em perfeito estado, como se pensa. Elas conflitam-se o tempo todo e o motivo disso tudo é simplesmente as milhares de mentiras engolidas diariamente.
E tudo isso por ignorar aquilo que nunca os abandona.
Valoriza-te no que te forma.
Entrega-te ao que tu cria.
Forma-te no particular que te gera.

Assim, deixa-te ser feliz nas imensidades que as suas criações e loucuras próprias são capazes de montar.
Deixa-te fazer de si o instrumento básico para a aceitação total de tudo aquilo que um dia ficou desentendido.

Faça-te e assim como disse Nietzsche:

"Torna-te quem tu és " .

(...) Na plenitude que só existe em ti.






~~ Inoue Yuki

Apenas ouça: http://www.youtube.com/watch?v=TMR437sA4kk



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